C omo o professor costuma insistir nas aulas do 6º ano, as fontes históricas primárias, ou seja, os vestígios materiais deixados pelos humanos do passado, são fundamentais para se conhecer a história. Os objetos antigos, sejam eles de uso doméstico, militar, religioso, pessoal etc., carregam informações sobre o tempo em que foram fabricados e sobre a sociedade que os fabricou. Essas informações são usadas pelos historiadores na transformação do passado em conhecimento histórico.
Os museus são lugares onde as fontes históricas primárias são reunidas, classificadas e apresentadas aos visitantes. Visitar um museu, entretanto, nem sempre é fácil. Os museus, especialmente aqueles que possuem os acervos mais ricos, estão localizados nas grandes cidades e estão distantes da maior parte das pessoas.
Mas, graças as novas tecnologias, a distância entre nós e os museus está diminuindo.
Vocês gostariam de visitar virtualmente um museu?
Esta dica vale especialmente para os estudantes do 6º ano.
Abaixo, ofereço a vocês link para exposição virtual sobre a antiga civilização romana. Esta exposição está disponível na plataforma internacional de exposições virtuais HiSoUR e se encontra no Museu da Civilização Romana, na cidade de Roma, Itália. Clicando no link abaixo, vocês chegarão ao início do passeio virtual. Clicando nas setas que aparecerão no chão e usando o botão de rolagem do mouse, vocês poderão percorrer os corredores do museu e se aproximar das peças expostas.
Não perca esta experiência.
À esquerda, acima, foto da entrada do Museu da Civilização Romana. Abaixo, print da tela de início da visita virtual.
E studantes, vocês, mais do que ninguém, sabem como as imagens são importantes nas aulas do professor Luciano. O professor quase sempre explica o significado dos acontecimentos históricos lançando mão de reconstituições artísticas. Essas reconstituições são, geralmente, pinturas, desenhos e gravuras.
Faço essa postagem para reforçar o que eu digo a vocês, vez por outra, nas aulas de história: ainda que feitas a partir de informações tiradas de fontes históricas tais como documentos escritos e testemunhos, as reconstituições artísticas com temas históricos carregam muitos aspectos fantasiosos. Guiados pelas preferências de seus clientes e por suas próprias, os artistas sempre se preocuparam em oferecer ao observador uma visão do passado repleta de mensagens. E essas mensagens, muita vezes, distorceram a realidade retratada.
Por isso, vocês não podem aceitar as imagens que ilustram os livros, os sites, os documentários e as aulas de história como retratos absolutamente fiéis do passado, feitos por pessoas totalmente desinteressadas.
Mesmo assim, as imagens são muito importantes: além de servirem como marcadores visuais e de nos darem pistas sobre o passado, quando interpretadas, elas nos revelam o sentido que o artista e seus contemporâneos deram ao fato histórico retratado.
À esquerda, acima, reprodução de A Liberdade Guiando Povo, obra de 1830, do pintor francês Eugène Delacroix. Nesta pintura, o artista retratou uma cena fictícia, com personagens fictícios, em um contexto histórico real: a Revolução Francesa (conteúdo do 8º ano). Delacroix colocou no centro da cena a figura de uma mulher que não existiu: ela representa a liberdade, tema filosófico da obra.
Abaixo, reprodução de A Primeira Missa no Brasil, quadro do pintor catarinense Victor Meirelles. Concluída em 1861, a pintura de Meirelles reconstitui a primeira missa realizada no Brasil. Segundo os documentos históricos, esse importante fato da história do catolicismo no Brasil aconteceu no litoral da Bahia, em 26 de abril de 1500.
Claro que o artista, nascido no século XIX, não testemunhou o fato recriado no quadro. Portanto, ele usou de imaginação e do que ele já sabia sobre a época da descoberta do Brasil (conteúdo do 7º ano) para preencher as lacunas presentes nas fontes históricas que citam a primeira missa no Brasil.
Graduado em História pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e pós-graduado em História Social pela Faculdade Capivari (FUCAP), Luciano Faustina da Rosa é professor de História em Imbituba/SC. Totus Tuus.